O Analfabetismo Ambiental: Você é um?
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O déficit educacional ambiental é grande, e perigoso. Em tempos onde a sobrevivência da espécie humana na Terra está dependendo diretamente da capacidade individual de perceber e mudar, um a menos ou a mais tem poder decisivo na construção do dia de amanhã, e seus seguintes. Reeducar, seguindo o Tripé (ou Triângulo) da Sustentabilidade: Ambientalmente Correto, Economicamente Viável e Socialmente Responsável, é uma necessidade, pelo nosso planeta e por nossos países. Preparar desde pequeno, não é exagero: é uma necessidade.
Educação Ambiental x Analfabetismo Ambiental
Conhecer o problema para encaminhar-se a solução. Nem o mínimo do mínimo, os jovens de hoje, crianças, adultos, a sociedade em geral, tem ciência a respeito do Meio Ambiente, na prática. Teoria não satisfaz. Não é difícil de verificar e provar-se isso.
Os estudantes que cursam Biologia na Universidade Federal de São Carlos, de Sorocaba, ora e outra estão desenvolvendo uma atividade a fim de fomentar a inclusão e o debate de ideias entre os alunos, da escola onde estudo, também do mesmo município: E.E. Monteiro Lobato. E nesta quarta, no horário da manhã, houve um bate-papo bem interessante sobre a Sustentabilidade.
Jovens de 12/13 a 16/17 anos, das 8ªs e 2°s anos, do período da manhã, participaram. E lá, por incrível que pareça, apesar do "bombardeio" de todos os meios de comunicação, nenhum soube responder o que seria "Sustentabilidade". Exceto eu. Depois, quando questionado o que cada um fazia para ajudar na preservação do meio ambiente, ninguém sabia direito o que dizer. Invertendo o jogo, o que "não-faziam", estava na ponta da língua: sabiam de cor e salteado. Pude presenciar de perto o que já suspeitava e tinha certeza: os jovens de hoje, que será a geração do amanhã, não se interessam ou tem habilidade para as questões ambientais, salvo raríssimos bons exemplos.
Posteriormente, recolhemos o lixo da escola (cerca de 30 alunos que participaram do evento), no total de 13 salas, mais a quadra de Educação Física, e constatei outro dado interessante: em menos de 2 aulas, havia 140 litros de lixo só de manhã! Perguntando para a responsável pela limpeza, informou que, por dia, 2 sacos de 200 litros são acumulados, diariamente. Em média, pouco mais de 500 alunos e 50 professores, produzem juntos, 800 litros de lixo: quase 1 tonelada, ou 1 kg por dia cada "1". E não para por aí: só uma pequena parte é destinada para a reciclagem. O desperdício é evidente.
Este exemplo que dei é para demonstrar o que seria o "analfabetismo ambiental", mais simplesmente. Na definição do dicionário, ou julgo popular, analfabeto é "aquele que não sabe ler e escrever, ignorante". O que seria então, um analfabeto ambiental?
Uma pessoa considerada "analfabeta ambiental" pode saber ler e escrever, o segredo está no modelo de educação que lhe é ensinado e praticado na maioria dos países, que não tem dado certo, onde a Economia e a Escola é estimuladora do consumo "útil", sem pesar as consequências ambientais de seus atos. Ele é então, aquele que não tem a devida noção ou atenção sobre a temática ambiental, econômica e social.
A educação tem de ser transformadora, e não deletéria. Informação não presta para nada, sem saber manipulá-la adequadamente. É complemento, instrumento apenas de desenvolvimento de habilidades e competências. O conteúdo não é o astro principal da escola, mas a formação, a prática das virtudes, o reconhecimento da importância dos valores humanos.
Passou da hora de continuarmos a correr entre a educação e o sofrimento. Existe cérebro, e ele pede para raciocinarmos. Se não o fosse, para que ter um?
Você pode parar no tempo, mas ele não para para esperar você.
*Com informações do Livro "40 contribuições pessoais para a Sustentabilidade", do PhD em Ecologia pela UnB, Genebaldo Freire Dias.
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Autor: Antonio Gabriel Cerqueira Gonçalves
Data:
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Marcadores:
Ecologia
,
Matéria Exclusiva - Blog Diário do Verde
,
Meio Ambiente
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