Diário do Verde - Meio Ambiente em 1º lugar: junho 2009

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Poupa 2, solta 10

Brasil poupa 2 bilhões de toneladas de CO2 em 4 anos
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A redução do desmatamento da Amazônia que ocorreu entre 2004 e 2008 fez o país deixar de emitir para a atmosfera 2 bilhões de toneladas de CO2, principal gás envolvido no aquecimento global.
É mais do que emite, ao ano, o Japão ou próprio Brasil, dois dos seis maiores poluidores do mundo. Cada nação emite 1,2 bilhão de toneladas.
A conta, feita pela secretária nacional de Mudança Climática, Suzana Khan, será apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente na Groelândia. Ela e o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) participam nesta semana de uma reunião com 25 ministros de meio ambiente dos países que mais contribuem com as emissões de gases de efeito estufa.
No período analisado, houve uma diminuição da taxa de desmatamento de 53 mil km2. A área é maior do que o território da Suíça - que possui 41 mil km2.
O objetivo da secretária é mostrar o esforço que o país tem feito para acabar com o desmate na floresta amazônica. "Eles podem dizer que ainda desmatamos muito. Mas olha o nosso tamanho. E moram 20 milhões de pessoas na região, essas pessoas precisam de renda", diz Khan.
A conta também visa a aplacar os ânimos da comunidade internacional. A recente ação do presidente Lula, que sancionou a medida provisória 458 -que dá terras de graça na Amazônia--, é considerada um desastre pelos ambientalistas e teve repercussão internacional. O país quer mostrar que o desmatamento está caindo e que merece receber compensação financeira por isso.
Há um grande impasse nas negociações para o próximo acordo climático global. O clima é de desconfiança entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento.
Para colocarem propostas verdadeiras na mesa, os ricos querem que os mais pobres se comprometam a também reduzirem as emissões de gases-estufa. E os países em desenvolvimento evitam se comprometer com metas --dizem que a responsabilidade histórica é dos países industrializados.
Entre os participantes do encontro na Groelândia estão Estados Unidos, China, Índia, África do Sul e diversos europeus - Alemanha, França, Dinamarca, Suécia e Noruega.
"Os dois lados, dependendo da forma como se analisa, têm razão", diz a secretária. E seu ponto de vista é que o Brasil tem muito a perder com o aumento da temperatura do planeta. "Mais até do que a China, por exemplo", diz. O aquecimento global pode transformar a Amazônia em savana e afetar a agricultura em todo o país.
Política de clima - O projeto de lei que cria a Política Nacional de Clima continua parado no Congresso. Na semana passada, ONGs apresentaram um manifesto que pedia, entre outras coisas, agilidade para a aprovação da lei.
Khan concorda que a aprovação da lei é importante. "Se não tiver esse norteador do desenvolvimento vai cada um para um lado", afirma.
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Afinal: Desenvolvimento Sustentável: isso realmente é possível?


Hoje, dia 30 de junho de 2009, encerra se o tema deste mês, que foi "Desenvolvimento Sustentável: isso realmente é possível?".
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Abaixo, você encontra a resposta dada pelo blog para esta questão que ficou em xeque todo o mês.
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Durante praticamente todo esse mês, mais precisamente à partir do dia 6 de junho até agora, atual dia 30, o blog colocou como tema do mês, aliás o primeiro de uma série que deverá vir por aí, o tema que fala sobre o Desenvolvimento Sustentável, e que deixou uma questão no ar sobre o nosso modo de vida.
Afinal, será mesmo que, num mundo como este, em que o dinheiro, o desenvolvimento econômico, afinal: o sistema capitalista vem em primeiro lugar, o meio ambiente realmente pode estar aliado ao desenvolvimento de novas tecnologias?
Veja a resposta agora, logo abaixo.
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Desenvolvimento Sustentável: isso realmente é possível?
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Sim, podemos dizer que é possível. Durante todo esse tempo, 24 dias que o blog ficou discutindo, discussões divididas em 3 capítulos, propomos basicamente mostrar ao nosso leitor, o seguinte:
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1º O que é Desenvolvimento Sustentável
2º Estágio atual desse conceito no Brasil e no mundo
3º E mais alguns conceitos que provam que o Desenvolvimento Sustentável é possível.

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Mesmo porque é ilógico colocar algo em discussão se as pessoas não vão entender. Falo isso porque esse tema, na atualidade, está bem distorcido do real significado desse conceito.
Primeiro que desenvolvimento sustentável é desenvolvimento aliado à conservação do meio ambiente e de qualidade de vida para as gerações futuras.
Pelo menos esse é o conceito definido por grandes órgãos internacionais. A não ser claro, pelas empresas capitalistas, que sempre acham uma maneira de inventar histórias para o benefício próprio.
Podemos citar um breve exemplo: a empresa acusa que não há como ter desenvolvimento sustentável nos dias de hoje, já que isso causará retrocessos nos lucros e porque ainda não há tecnologia específica para isso.
Essa é a mentira mais absurda que alguém pode dar. Primeiro porque o desenvolvimento sustentável traz lucros, já que hoje em dia cada vez mais as pessoas estão optando marcas que não prejudiquem o meio ambiente, e por consequência, toda a biosfera.
E segundo, porque há tecnologia de ponta para que isso ocorra. Nunca houve tanto avanço científico e tecnológico nos últimos anos, o que habilita que isso ocorra.
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Mas então, o que ainda falta para que isso ocorra?
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Simples de responder: competência e falta de vontade. Traduzindo: não querem que isso ocorra.
Veja bem, há muitos poderosos que nem sequer querem uma mudança tecnológica, principalmente os petroleiros.
Já que, desenvolvimento sustentável é desenvolvimento aliado ao meio ambiente.
Você pode estar se perguntando: se isso pode salvar o planeta, porque o planeta não quer que isso ocorra?
Fácil de responder: porque não é o planeta que manda no povo, e sim uma totalidade minoritária que exerce suas leis absurdas sobre o mundo.
Absurdas porque preferem dinheiro ao planeta. O que adianta ter dinheiro se não tiver um lugar para gastá-los? Comece a pensar nisso e verá que eu tenho razão.
Retomando: eles não querem fazer isso porque se, desenvolvimento sustentável é tecnologia aliada a preservação, todas essas fontes de energia poluentes automaticamente teriam que acabar. E consequentemente acabaria essa mina de ouro que descobriram utilizar, poluir o planteta e ganhar dinheiro em cima da maioria, que não tem voz, já que hoje em dia não é mais o povo que tem poder, e sim as multinacionais.
Bem dizer a verdade, não querem mudar pois sabem que além de perder dinheiro irão ter de gastar mais dinheiro.
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A solução
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A solução obviamente seria acabar com essa palhaçada toda e retomar do zero. É claro que os governos do mundo inteiro terão de ajudar as empresas "poluidoras" a se tornarem "limpas", pois se não nada irá mudar.
Você pode estar dizendo: "Essa pessoa que escreveu tudo isto deve estar ficando louca. Ela quer propor que a gente dê dinheiro a quem nos prejudicou a vida inteira?"
Infelizmente não há outra opção, já que toda mudança tem seus custos.
Ou vai me dizer que prefere ficar sentado esperando até que algo aconteça
O que poderia ser feito também poderia ser o controle da poluição em todos os países do mundo, além de estimular metas para que as empresas geradoras de energia possam reduzir seus índices de emissões.
Ou ainda, se nenhuma destas
propostas forem tomadas, começarmos a tomarmos atitudes por conta própria, nos mobilizarmos e juntos, tentaremos impedir que toda essa desgraça provocada pela maioria do mundo aconteça.
Para que, no futuro, posssamos sobreviver, e quem sabe: vivermos em um planeta melhor e mais limpo do planeta atual que estamos vivendo hoje.
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Este texto é exclusivo do Diário do Verde. Não adiantará procurar na web que igual você não irá achar.
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Diário do Verde - Qualidade é a nossa diferença!!!

Rir para não chorar

Humor para conscientizar
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por Marcela Buscato

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O cartunista carioca Léo Valença reuniu outros 25 artistas para falar sobre aquecimento global usando o humor dos cartuns. Agora, pretende editar um livro reunindo todas ilustrações. Ele mandou para o Blgo do Planeta alguns dos cartuns que irão compor o livro. “Nós, como cartunistas, podemos expressar, através do humor gráfico, um alerta sobre a importância da preservação ambiental em nosso planeta”, afirma Valença.

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Fonte: http://colunas.epoca.globo.com/planeta/

Declaração sobre Desenvolvimento Sustentável


O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E O ESPÍRITO HUMANO
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Adaptação da declaração apresentada à Cúpula da Terra
(Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento)
Rio de Janeiro, Brasil.
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Acima de questões técnicas e políticas tais como os limites a serem estabelecidos para a emissão de gases do efeito estufa, como promover o desenvolvimento sustentável, e quem pagará a conta, a pergunta fundamental com que se defronta a comunidade mundial é esta: Pode a humanidade, com seus padrões arraigados de conflito, egoísmo e conduta tacanha, comprometer-se com uma cooperação esclarecida e com um planejamento de longo prazo em escala global?
O processo da Cúpula da Terra realçou tanto a complexidade como a interdependência dos problemas que a humanidade enfrenta. Nenhum desses problemas - as iniquidades debilitadoras do desenvolvimento, as ameaças apocalípticas do aquecimento atmosférico e da destruição da camada de ozônio, a opressão da mulher, o abandono de crianças e poulações marginalizadas, para citar apenas alguns - pode ser abordado com realismo sem que se considerem todos os demais. É impossível solucionar qualquer um deles sem uma magnitude de cooperação e coordenação em todos os níveis que ultrapassa em muito qualquer esforço anterior da experiência coletiva da humanidade.
O potencial para tal cooperação, entretanto, é solapado pela distorção geral do caráter humano. Embora não sejam comumente discutidas no contexto dos desafios do meio ambiente e do desenvolvimento, vigoram no mundo atual certas tendências - que incluem a carência generalizada de disciplina moral, a glorificação da ambição e da acumulação material, a destruição crescente da família e das comunidades, o alastramento da anarquia e da desordem, a ascensão do racismo e do fanatismo, e a atribuição de prioridades a interesse nacionais em detrimento do bem-estar da humanidade - as quais todas, sem excessão , destroem a confiança mútua, alicerce da cooperação.
A reversão dessas tendências destrutivas é essencial para o estabelecimento da unidade e da cooperação. Isso exigirá uma compreensão mais profunda da natureza humana; pois embora a economia, a política, a sociologia e a ciência ofereçam ferramentas importantes para a abordagem das crises interdependentes que afligem a humanidade, uma verdadeira superação do estado de perigo em que se encontram os assuntos humanos só poderá ser levada a efeito quando a dimensão espiritual da natureza humana for levada em conta e o coração humano, transformado.
Embora certos aspectos místicos não sejam fáceis de explicar, a dimensão espiritual da natureza humana pode ser compreendida, em termos práticos, como a fonte das qualidades que transcendem a estreiteza do interesse próprio. Tais qualidades compreendem o amor, a compaixão, a tolerância, a fidedignidade, a coragem, a humildade, a cooperação e a vontade de sacrificar-se pelo bem comum - qualidades de uma cidadania esclarecida, capaz de construir uma civilização mundial unificada.
As transformações profundas e de vasto alcance, a unidade e a cooperação sem precedentes, necessárias à reorientação do mundo rumo a um futuro de justiça e sustentável quanto ao meio ambiente, só serão possíveis tocando-se o espírito humano, apelando-se àqueles valores universais que, por si só, podem capacitar os indivíduos e os povos a agir em conformidade com os interesses de longo prazo do planeta e do gênero humano como um todo. Uma vez explorada, essa fonte poderosa e dinâmica de motivação individual e coletiva liberará um espírito tão profundo e salutar entre os povos da Terra que poder algum será capaz de resistir à sua força unificadora.
A verdade espiritual fundamental da nossa era é a unidade da humanidade. A aceitação universal desse princípio - com suas implicações em relação à justiça social e econômica, à participação universal em processos decisórios insentos de antagonismo, à paz e segurança coletiva, à igualdade dos sexos e à educação universal - possibilitará a reorganização e administração do mundo como um só país, o lar da humanidade. Há mais de cem anos atrás, Bahá’u’lláh conclamou os governantes e povos da terra a tornarem sua visão mundialmente abrangente: "Que não se vanglorie quem ama seu próprio país, mas sim, quem ama o mundo inteiro". Este desafio ainda deve ser atendido.
Bahá’í International Community Office of the Environment 866 United Nations Plaza, suíte 120 New York, NY 10017 USA Tel: 212-756-3500 Fax: 212-756-3573
Escritório Bahá’í de Meio Ambiente e Desenvolvimento Caixa Postal 7035 - 71619 Brasília, DF Tel: (061) 248-4718 Fax: (061) 248-4321
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Carbon Counter - notícia que aconteceu nesta semana


* Para saber mais, visite o site da instituição (em inglês): http://www.dbcca.com/dbcca/EN/index.jsp
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CONTANDO OS GASES QUE SOLTAMOS
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Para lembrar as pessoas e ver se elas se mexem para diminuir o alto índice de emissões de CO2 que produzem diariamente, Nova York saiu na frente e implantou o The Carbon Counter, o Contador de Carbono.
Em formato de painel gigante o Carbon Counter foi instalado na entrada do Madison Square Garden,onde passam por dia centenas de pessoas e quando tem jogo da NBA mega lota.
Ele contabiliza em tempo real as emissões dos gases de efeito estufa que são produzidos por todos nós e jogados diariamente na atmosfera.
Como o mais comum, e o que causa maior dano, é o CO2 (dióxido de carbono), os especialistas em aquecimento global usam a palavra carbono ou carbon para se referir a todos os gases poluidores da atmosfera.
O painel mostra que a quantidade de gases emitidos é enorme, e a idéia é fazer com que todos se lembrem disto e procurem reduzir as próprias emissões. Como não vemos os gases fica mais difícil de acreditar que eles existam, como diz o velho ditado “o que os olhos não veem o coração não sente”, e mostrando os números as pessoas acabam por ter mais noção do tamanho da encrenca e começam a fazer a parte delas.
Além do painel tem o site Know the Number, com informações e sugestões de como fazer para reduzir suas emissões.
A idéia e o patrocinio são do grupo Deutsche Bank, eles querem ajudar o planeta a melhorar.
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Obs: nem eu havia visto essa notícia. Descobri ela por acaso!!!

Até que enfim os EUA fizeram algo

Congresso dos EUA aprova lei para redução da emissão de CO2
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O Congresso dos Estados Unidos aprovou na noite desta sexta-feira (26) o projeto de lei para limitar as emissões de gases causadores do efeito estufa pela indústria do país. Considerado um marco, já que o país sempre relutou por anos em aderir a ações nesse sentido, o projeto foi aprovado por 219 votos a favor e 212 contra. O resultado foi bastante apertado, com os votos favoráveis superando em apenas um voto os 218 necessários para a aprovação. O texto agora segue para o Senado. O audacioso projeto é uma das prioridades do governo de Barack Obama.
Entre os principais pontos, a lei exige que as geradoras de energia elétrica atendam a 20% de sua demanda por meio de fontes renováveis até 2020.Determina investimentos em novas tecnologias limpas e em energias renováveis, sendo que esse investimento deve chegar a US$ 90 bilhões até 2025; em captura e sequestro de carbono (US$ 60 bilhões); em veículos elétricos e de alta tecnologia (US$ 20 bilhões); e em pesquisa científica básica (US$ 20 bilhões).
Também propõe novos padrões de economia de energia para edifícios e eletrodomésticos. Os edifícios deverão ser 30% mais eficientes até 2012 e 50% até 2016. E determina a redução das emissões de carbono pelas principais fontes dos EUA em 17% até 2020 e 83% até 2050, tendo como base os níveis de 2005.
A partir de 2012, a lei estabelece um limite anual de toneladas de carbono e outros gases causadores do efeito estufa para os setores da economia que são grandes poluidores, como usinas termelétricas e refinarias de petróleo. A lei estabelece um sistema de comércio de permissões para emitir carbono, chamadas "autorizações de emissão", que as empresas poderão negociar no mercado.
A lei permite que os setores da economia que operarão sob os limites de emissão aumentem seus limites adquirindo compensações ao investir na redução do carbono produzido por setores isentos de limites, até o limite de 2 bilhões de toneladas de carbono ao ano. Metade dessas compensações poderão ser adquiridas no exterior, por exemplo, investindo na preservação de florestas tropicais.
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Conceito de Desenvolvimento Sustentável

Desenvolvimento Sustentável
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COMO SURGIU O CONCEITO
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O termo desenvolvimento sustentável foi utilizado pela primeira vez, em 1983, por ocasião da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU. Presidida pela então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brudtland, essa comissão propôs que o desenvolvimento econômico fosse integrado à questão ambiental, estabelecendo-se, assim, o conceito de “desenvolvimento sustentável”.
Os trabalhos foram concluídos em 1987, com a apresentação de um diagnóstico dos problemas globais ambientais, conhecido como “Relatório Brundtland”. Na Eco-92 (Rio-92), essa nova forma de desenvolvimento foi amplamente difundida e aceita, e o termo ganhou força. Nessa reunião, foram assinados a Agenda 21 e um conjunto amplo de documentos e tratados cobrindo biodiversidade, clima, florestas, desertificação e o acesso e uso dos recursos naturais do planeta.
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O QUE SIGNIFICA
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Desenvolvimento sustentável significa:
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“Atender às necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações em prover suas próprias demandas.”
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Isso quer dizer: usar os recursos naturais com respeito ao próximo e ao meio ambiente. Preservar os bens naturais e à dignidade humana. É o desenvolvimento que não esgota os recursos, conciliando crescimento econômico e preservação da natureza.
Dados divulgados pela ONU revelam que se todos os habitantes da Terra passassem a consumir como os americanos, precisaríamos de mais 2,5 planetas como o nosso. Estamos usando muito mais os recursos naturais do que a natureza consegue repor. Em muito pouco tempo, se continuarmos nesse ritmo, não teremos água nem energia suficiente para atender às nossas necessidades. Cientistas prevêem que os conflitos serão, no futuro, decorrentes da escassez dos bens naturais.
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COMO ATINGIR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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A primeira etapa para conquistar o desenvolvimento sustentável é reconhecer que os recursos naturais são finitos. Usar os bens naturais, com critério e planejamento. A partir daí, traçar um novo modelo de desenvolvimento econômico para a humanidade.
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Confunde-se muito desenvolvimento com crescimento econômico. São coisas distintas:
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- desenvolvimento que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais, que as atividades econômicas são incentivadas em detrimento ao esgotamento dos recursos naturais do país, é involução. É insustentável e está fadado ao insucesso.
- Desenvolvimento sustentável está relacionado à qualidade, ao invés da quantidade, com a redução de matéria-prima e produtos. Implica em mudanças nos padrões de consumo e do nível de conscientização.
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CONSUMO SUSTENTÁVEL
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É um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais, como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia e materiais menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o desperdício e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de rever padrões insustentáveis de consumo e minorar as desigualdades sociais.
Adotar a prática dos três 'erres': o primeiro R, de REDUÇÃO, que se recomenda evitar adquirir produtos desnecessários; o segundo R, de REUTILIZAÇÃO, que sugere que se reaproveite embalagens, plásticos e vidros, por exemplo; por fim, o terceiro e último R, de RECICLAGEM, que orienta separar o que pode ser transformado em outro produto ou, então, em produto semelhante.
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Fonte:
http://www.infoescola.com/geografia/desenvolvimento-sustentavel/

Definição da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente sobre Desenvolvimento Sustentável

Desenvolvimento sustentável
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Nos últimos 400 anos, o modelo de desenvolvimento disseminado com a expansão mercantil européia promoveu uma incessante exploração dos recursos naturais do planeta Terra. Com a industrialização, iniciada no século XVIII, o nível de devastação da natureza atingiu uma escala global.
Rios, lagos e mares poluídos, elevação da temperatura média da Terra, 11 mil espécies ameaçadas de extinção, 50% da cobertura florestal nativa do planeta desmatada e 1,7 bilhão de pessoas sofrendo escassez crônica de água.
A busca de formas de desenvolvimento que não agridam o meio ambiente é um grande desafio para o século XXI. Os debates sobre o tema levaram à formulação do conceito de desenvolvimento sustentável. Na definição da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas, desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as necessidades das gerações atuais sem comprometer a vida das gerações futuras.
Esse novo modelo de desenvolvimento coloca outra tarefa para a humanidade: a de superar a pobreza e garantir condições dignas de vida para todos (educação, saúde, lazer, alimentação, etc.).
A busca do desenvolvimento econômico é uma questão vital para os países pobres, mas se reconhece que o modelo a ser trilhado não pode ser o percorrido pelos países pioneiros na industrialização. Se os países subdesenvolvidos tivessem os mesmos padrões industriais dos países ricos, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente seria 10 vezes maior, e a de recursos minerais, cerca de 200 vezes.
Portanto, o modelo de desenvolvimento precisa mudar para que se consiga o equilíbrio entre tecnologia, meio ambiente e justiça social. Essa tarefa cabe a todos os governos e cidadãos do planeta.
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Fonte: Livro de História 8ª série, Projeto Araribá. Página 245

Cadeia Alimentar

A Cadeia Alimentar
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Todo ser vivo precisa de alimento para existir. A maior parte das plantas produz seu próprio alimento, pelo processo de fotossíntese: com a energia do sol, convertem a água, o gás carbônico e os minerais em matéria orgânica de sustentação da vida. Os vegetais, como produtores de alimento, ocupam o nível mais baixo da cadeia alimentar, o sistema no qual cada organismo de uma comunidade ecológica se alimenta do que está abaixo dele. Os animais que comem plantas ou outros animais, são chamados de consumidores e formam os elos superiores da cadeia. No alto da estrutura alimentar, estão os últimos consumidores, que são animais sem predadores naturais, como a águia.
Considerando-se que a maior parte dos animais consomem vários alimentos, com freqüência cada cadeia alimentar se sobrepõe e se entrelaça com diversas outras, como parte do ciclo global de crescimento e decadência que caracteriza a vida na terra. Quando morre uma criatura superior da cadeia, as bactérias a decompõe em substâncias orgânicas e inorgânicas simples, utilizadas pelas plantas para produzir alimento. Da mesma forma, quando uma planta morre, também é decomposta e alimenta uma nova geração vegetal.
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Acumulação Biológica
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Quando os pesticidas passaram a ser largamente usados, nos anos 50, não se conheciam ainda seus efeitos químicos a longo prazo. No mundo inteiro, inúmeras aves aquáticas que se alimentavam de peixes em pântanos e lagos tratados com pesticidas para controlar os mosquitos começaram a morrer. As autópsias registraram uma concentração de pesticida nas aves mortas muitas vezes superior à que existia na água. Ao examinar a cadeia alimentar destas aves, descobriu-se por que os venenos atingiram níveis tão elevados.
As substâncias químicas tóxicas introduzidas na água são absorvidas pelo fitoplâncton e assim passadas para os peixes e outras criaturas que dele se alimentam. A cada elo da cadeia alimentar, as substâncias químicas vão ficando mais concentradas; no topo da cadeia, a quantidade de veneno pode ser suficiente para matar ou no mínimo prejudicar a capacidade de reprodução.

Ninguém manda poluir, agora, mais do que justo, é pagarem a conta, que por sinal, é bem cara!

EUA vão se opor a meta para aquecimento global do G8

Os Estados Unidos têm resistido a uma proposta da União Europeia (UE) para que as nações industrializadas fixem um limite máximo de 2º C para o aquecimento global, diz um texto preliminar da cúpula do Grupo dos Oito, composto pelas sete maiores economias industriais e a Rússia.
Dois graus é o ponto visto pela UE e por muitos países em desenvolvimento como o limiar além do qual a mudança climática atingirá níveis perigosos, com elevação do nível dos mares, ondas de calor, enchentes e secas.
O rascunho italiano para a cúpula do G8 que acontece na Itália no próximo mês, datado de 11 de maio, reafirma a meta de se fechar um acordo das Nações Unidas contra o aquecimento global em dezembro, e diz que "uma parcela substancial" dos pacotes de estímulo deveriam se destinar a uma economia mais verde.
Mas o texto mostra um desacordo quanto a metas, numa seção que propõe ampliar para todo o G8 um compromisso europeu de "limitar a elevação média da temperatura a 2º C acima dos níveis pré-industriais".
A seção disputada diz: "Reiteramos que a meta de atingir uma redução de pelo menos 50% nas emissões globais até 2050, reconhecendo que isso significa que as emissões globais deverão atingir seu nível máximo em 2020". O declínio a partir de 2020 também seria um compromisso novo para o G8.
A delegação dos Estados Unidos escreveu, em um comentário a essa seção, que "qualquer negociação de números ou valores deve ocorrer no contexto das negociações" das Nações Unidas.
O presidente Barack Obama, embora tenha prometido uma ação mais decisiva contra o aquecimento global que seu antecessor, George W. Bush, não abraçou a meta de 2º C. As temperaturas já estão 0,7º C acima do nível registrado no início da Revolução Industrial.
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Conclusão - O Desenvolvimento Sustentável no Brasil e no mundo

Desenvolvimento Sustentável no Brasil e no mundo - resultados da internet para essa pesquisa é impressionante
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Esses últimos cinco posts foram dedicados ao assunto "Desenvolvimento Sustentável no Brasil e no mundo". Quem visita esse blog não faz ideia de como foi difícil achar um bom conteúdo na internet sobre esse tema. Digamos que, parcialmente, eu consegui.
Mesmo porque esses assuntos que eu trato no tema do mês eu pego a maioria do conteúdo na internet. Só que essa segunda parte do TEMA DO MÊS, realmente, me surpreendeu.
São pouquíssimos os resultados excelentes para esse tipo de pesquisa, e quando acha de certa forma não têm totalmente a ver com esse tema proposto.
Por isso até peço desculpa aos leitores pois até eu achei impressionante a falta de informação na web sobre esse tema.
Mas eu venho com a salvação: nem tudo está perdido. Pois agora eu irei explicar o que REALMENTE o blog quer discutir.
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O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BRASIL E NO MUNDO
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Esse tema foi proposto para conscientizar as pessoas sobre tamanho estágio de devastação que nossa mãe terra está nos dias atuais.
Eu decidi inovar: colocar em discussão um tema não tão discutido por sites, blogs e afins.
E realmente é esse o sentido desse blog: inovar para se diferenciar, e mais do que isso: conscientizar.
E aqui nesse brevo resumo, exclusivo e único, que você só irá encontrar aqui, você irá encontrar a real resposta dessa questão. vamos a ela.
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CONCLUSÃO: O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BRASIL E NO MUNDO
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O que podemos dizer a respeito é que o mundo, bem dizer, já se acabou.
As florestas nativas que antes cobriam o planeta, hoje estão reduzidas a 50% de sua área original.
Isso quer dizer que metade das florestas nativas que existiam antigamente, hoje não existe mais, graças à devastação humana.
50% de árvores desmatadas. 50% a menos de cobertura florestal nativa hoje.
O conceito de desenvolvimento sustentável está muito distorcido nos dias atuais.
As pessoas acham que desenvolvimento sustentável é plantar árvores, e jamais desmatar.
Ou que então, que jamais devemos extrair recursos naturais que a Terra nos oferece.
Ou ainda que desenvolvimento sustentável é limitar o desenvolvimento a fim de preservar o meio ambiente.
Não, não é isso: desenvolvimento sustentável é uma forma de desenvolvimento responsável: consumir hoje sem comprometer as necessidades básicas necessárias para uma boa qualidade de vida para a geração futura.
Ou seja: consumir de forma moderada para que no futuro, as próximas gerações possam desfrutar de uma mínima qualidade de vida.
O que podemos dizer sobre o desenvolvimento sustentável no Brasil e no mundo é que, tanto aqui como lá, muita coisa ainda deve ser feita, muitas atitudes devem ser tomadas, se quisermos que a nossa vida continue e mais do que isso: que as próximas gerações possam se desenvolver e construir um novo futuro, que tomare a Deus, possa ser melhor do que esse que até hoje nós trilhamos.
Preserve, Reutilize, Reaproveite, Renove-se, CUIDE DOS OUTROS DA MESMA FORMA QUE GOSTARIA QUE FOSSE TRATADO.
Pois depois não terá o direito de reclamar se as coisas por aqui piorarem.
Preservar a Terra é preservar a vida. É preservar o seu futuro. Mais do que isso, é preservar todo o futuro.
Diário do Verde - respeito ao meio ambiente acima de tudo.

Sustentabilidade à toda prova

Sustentabilidade x Mundo Corporativo
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Sustentabilidade
O conceito de desenvolvimento sustentável deixou de ser algo restrito a uma pequena parcela da sociedade e passou a ser cada vez mais difundido e aplicável em nosso meio. O futuro do nosso planeta e a preocupação com a utilização responsável e sustentável dos recursos deste não cabe mais somente à sociedade. As organizações do mundo moderno vêm adotando práticas cada vez mais condizentes com essa realidade. Creio que ser sustentável será em um futuro bem próximo uma condição de existência para as empresas.
O progresso de aceitação à sustentabilidade empresarial por parte das corporações foi relativamente rápido, porém muitas empresas ainda sentem um certo receio de se reorganizarem para poderem incorporar os conceitos de sustentabilidade. Tal receio, na maioria dos casos, se deve ao mito de que ações sustentáveis podem sacrificar o lucro, porém já foi comprovado que tal mito não é real. As empresas precisam acabar com essa idéia para poderem enxergar o quão é importante, tanto para elas quanto para a sociedade, que sejam organizações sustentáveis. Algumas empresas têm tal visão e para se beneficiarem das boas conseqüências que uma empresa sustentável gera em relação a seus stakeholders, criam o chamado “marketing verde”, que nada mais é que uma verdadeira e ampla adoção de políticas ambientais que vão desde a coleta da matéria-prima até sua disposição; é a compreensão gerencial ampla, dotada de métodos abrangentes e envolventes.
A sociedade consumidora está cada vez mais exigente e em prol de um planeta sustentável, por isso cabe às empresas fazerem o seu papel. Uma boa gestão ambiental é capaz de produzir benefícios imensos para estas, para a sociedade e para o nosso planeta. Ser sustentável não é mais questão de “moda”, é uma questão de sobrevivência, afinal, quem não se adequar a esta nova realidade, estará fora no mercado rapidamente.
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Fonte: Sucesso News

Relatório do Greenpeace - EXCLUSIVO



Relatório do Greenpeace mostra que a pecuária, o governo brasileiro, e grandes marcas são parceiras da destruição da Amazônia
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Recebi esta informação por e-mail, já que sou cyberativista. Olhe bem o que me mandaram por e-mail, o que está no site do Greenpeace Brasil e o que está no site do Greenpeace Internacional.

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O QUE ME MANDARAM POR E-MAIL, E COM CERTEZA, A TODOS OS CYBERATIVISTAS

E-MAIL ENVIADO PELO GREENPACE A MINHA CAIXA DE E-MAIL DO WINDOWS LIVE - DATA: sábado, 20 de junho de 2009 4:24:10
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Caro cyberativista,
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O lançamento do relatório "A Farra do Boi na Amazônia" teve repercussão nos jornais do Brasil e do mundo. Depois da declaração de que o gado de frigoríficos como Bertin e JBS pasta em áreas de floresta amazônica devastada, muita coisa aconteceu!
Wall Mart, Carrefour e Pão de Açúcar, declararam que não comprarão mais carne e marcas como Timberland, Adidas, Nike, Reebok, Hugo Boss, Gucci e Prada, exigiram garantias sobre o couro dos frigoríficos envolvidos no relatório do Greenpeace.
O Banco Mundial, também declarou a recisão do contrato de empréstimo de U$ 90 milhões com a Bertin até que a empresa resolva respeitar o meio ambiente e a nossa floresta.
A Amazônia precisa da sua ajuda. Junte-se ao Greenpeace!
Um grande abraço,
Greenpeace

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O QUE ESTÁ PUBLICADO NO SITE OFICIAL DO GREENPEACE NO BRASIL (COMPLETO - VOCÊ SÓ ENCONTRA AQUI E NO GREENPEACE - PODE PROCURAR!!!)
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A FARRA DO BOI NA AMAZÔNIA
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Uma investigação de 3 anos do Greenpeace revela como a parceria perversa entre a indústria do gado e o governo brasileiro estão resultando em mais desmatamento, trabalho escravo e invasão de terras indígenas.
Grandes marcas reconhecidas mundialmente, como Nike, Adidas, Timberland, Unilever e Carrefour parecem acreditar que seus produtos excluem matéria-prima da Amazônia. A investigação do Greenpeace expõe pela primeira vez como o consumo leviano de matéria-prima está alimentando o desmatamento e, consequentemente, o aquecimento global.







A indústria da pecuária na Amazônia brasileira é responsável por um em cada oito hectares destruídos globalmente. Esforços para reduzir as emissões globais de desmatamento devem incluir mudanças no modo de produção deste setor.
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A destruição da Amazônia, o mais importante estoque de
carbono florestal do mundo, está sendo impulsionada pelo
setor pecuário.
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A Amazônia brasileira apresenta, em área, a maior média anual de desmatamento do que qualquer outro lugar do mundo. A indústria da pecuária na Amazônia brasileira é responsável por 14% do desmatamento global anual.
Isso torna o setor da pecuária o principal vetor de desmatamento não apenas na Amazônia brasileira, mas do mundo inteiro. De acordo com o próprio governo brasileiro: ‘A pecuária é responsável por cerca de 80% de todo o desmatamento’ na região Amazônica. Nos anos recentes, a cada 18 segundos, um hectare de floresta Amazônica, em média, é convertido em pasto.
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Governo brasileiro planeja dominar o comércio
global de carne

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O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo e é o maior exportador mundial de carne. Com a China, divide a posição de maior exportador de couro curtido. O governo brasileiro planeja dobrar a participação brasileira no comércio global de carne até 2018.
Na última década, o setor pecuário brasileiro tem apresentado rápido crescimento voltado para a exportação. Exportações de carne e vitela do Brasil aumentaram quase seis vezes em volume entre 1998 e 2008. Em 2008, uma em cada três toneladas de carne comercializada internacionalmente vinha do Brasil. Neste mesmo ano, o comércio de gado movimentou US$ 6,9 bilhões para o Brasil, sendo que o couro representou mais de 25% deste valor.
Até 2018, o governo pretende que o Brasil forneça quase duas de cada três toneladas de carne comercializada internacionalmente.

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BRASIL
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Para ajudar o Brasil a dominar o mercado global de commodities agrícolas, incluindo carne, o governo federal está investindo em todos os elos da cadeia de abastecimento – desde a produção na fazenda até o mercado internacional
O Brasil oferece US$ 41 bilhões em linhas de crédito para impulsionar a produção agropecuária
Em julho de 2008, o presidente Lula anunciou o Plano Agrícola e Pecuário 2008/09, que liberou $41 bilhões em linhas de crédito para incrementar a produção do setor agropecuário. 85% deste financiamento foram designados para a agricultura industrial.
A expansão da pecuária no Brasil está concentrada na região Amazônica, onde a falta de governança significa terra e mão-de-obra baratas.

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Diversos relatórios do Banco Mundial, do governo brasileiro e de institutos de pesquisa, e análises do Greenpeace, mostram de forma consistente que a pecuária ocupa cerca de 80% de todas as áreas desmatadas na Amazônia brasileira.
O maior incentivo econômico para a expansão do setor pecuário na Amazônia é a falta de governança: fatores contribuintes incluem corrupção, desorganização, capacidade limitada e falta de coordenação entre diferentes setores do governo. O Greenpeace cruzou informações de satélite com autorizações de desmatamento entre 2006-2007 e constatou que mais de 90% da destruição florestal no período eram completamente ilegais.




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O Brasil oferece US$ 41 bilhões em linhas de crédito para impulsionar a produção agropecuária
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Através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), órgão financeiro vinculado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o governo brasileiro têm formado alianças estratégicas com as cinco maiores empresas da indústria pecuária.
Entre 2007 e 2009, estas empresas – responsáveis por mais de 50% das exportações brasileiras de carne – receberam US$ 2,65 bilhões do BNDES, em troca de ações para o governo brasileiro.
Três empresas receberam a maior parte do investimento público: a Bertin, uma das maiores comercializadoras de couro do mundo; a JBS, a maior comercializadora de carne do planeta (com controle de pelo menos 10% da produção global de carne), e a Marfrig, a quarta maior comercializadora mundial de carne.
A expansão destes grupos é, efetivamente, uma joint-venture (empreendimento conjunto) com o governo brasileiro.
Estas empresas vêem a crise financeira como uma oportunidade para aumentar sua participação no mercado global. Sem o dinheiro do governo brasileiro, sua habilidade de continuar construindo um império comercial global, voltado para a exportação de produtos pecuários da Amazônia, poderia ter sido reduzida.
Para reforçar a participação brasileira no mercado global, o governo está disponibilizando recursos para expandir a infra-estrutura de processamento de produtos pecuários na região Amazônica.
Em uma avaliação de concessão de crédito para a Bertin, o IFC, o braço para empréstimos privados do Banco Mundial, alertou para os riscos de aumentar o desmatamento ao expandir a capacidade dos frigoríficos na região. Um auditor do Banco Mundial concluiu: ‘O projeto [de expandir o frigorífico Bertin em Marabá] representa um grave risco ao meio ambiente e à reputação do Banco’. Mesmo assim, o IFC investiu US$ 90 milhões no projeto da Bertin em um dos lugares mais arriscados da Amazônia

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MERCADO GLOBAL
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O Greenpeace rastreou o comércio de produtos pecuários de fábricas de processamento para exportação da Bertin, JBS e Marfrig no sul do Brasil para três fronteiras de desmatamento na Amazônia.
Embora marcas reconhecidas mundialmente pareçam acreditar que a Amazônia está excluída de seus produtos, o Greenpeace expõe, pela primeira vez, como o consumo cego de matéria-prima está alimentando o desmatamento e as mudanças climáticas.
Investigações sigilosas revelaram a complexa teia do comércio global de produtos bovinos envolvendo os frigoríficos brasileiros – Bertin, JBS e Marfrig. O Greenpeace identificou centenas de fazendas no bioma Amazônia fornecendo gado para seus frigoríficos na região. Todas as vezes em que foi possível obter os mapas das propriedades, análises de satélite revelaram que fornecimento significativo de gado vinha de fazendas envolvidas em desmatamento recente e ilegal. Dados comerciais também mostraram negócios com fazendas envolvidas em trabalho escravo. Além disso, um frigorífico da Bertin recebeu gado de uma fazenda instalada ilegalmente dentro de uma Terra Indígena.
Antes de exportar, os frigoríficos da região Amazônica embarcam carne ou pele para fábricas processadoras a milhares de quilômetros de distância no sul do país. Em diversos casos, processamento adicional é realizado nos países importadores antes que o produto final chegue ao mercado. De fato, o abastecimento ilegal ou criminoso de gado é ‘lavado’ ao longo da cadeia até chegar ao mercado global involuntário.


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MARCAS
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Nossas evidências ligam a cadeia contaminada de produtos amazônicos aos fornecedores de muitas marcas reconhecidas mundialmente, incluindo uma longa lista das chamadas empresas ‘Blue Chip’ (‘ações de primeira linha’): Adidas, BMW, Carrefour, EuroStar, Ford, Honda, Gucci, IKEA, Kraft, Nike, Tesco, Toyota, Wal-Mart. O setor público também está envolvido: nossas descobertas ligam a cadeia contaminada a fornecedores do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) e a fornecedores no Oriente Médio, cujos clientes incluem as forças militares britânica, holandesa, italiana, espanhola e norte-americana.

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DESMATAMENTO E CLIMA

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O Brasil é o quarto maior emissor mundial de gases do efeito-estufa (GEE), principalmente por causa do desmatamento e das queimadas na Amazônia. A destruição das florestas tropicais é responsável por cerca de 20% das emissões globais de GEE. Zerar o desmatamento é a maneira mais rápida e econômica de combate às mudanças climáticas e proteger a biodiversidade.
O maior desafio, identificado pelo próprio Banco Mundial, é combater os principais vetores econômicos de desmatamento nas áreas de expansão das ‘fronteiras agrícolas’, como a Amazônia’.
Diferentes governos, agências multilaterais de financiamento (como o Banco Mundial e o BNDES) e corporações globais – todos têm um papel a desempenhar.
A Convenção de Clima de Copenhague, que será realizada na Dinamarca em dezembro de 2009, é a melhor oportunidade que os governos têm de estabelecer medidas para reduzir drasticamente as emissões de GEE. Qualquer acordo, para ser efetivo, deve incluir ações e financiamento para combater o desmatamento.
Aquecimento global, apague essa idéia


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A SOLUÇÃO

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O Brasil se apresenta como líder mundial no combate ao desmatamento. Na conferência de clima realizada em Poznàn, na Polônia, em 2008, o governo brasileiro anunciou seu Plano Nacional de Mudanças Climáticas, incluindo o compromisso de reduzir em 72% a taxa de desmatamento até 2018. Este corte, que pretende impedir a emissão de 4.8 Gt de CO2, deve ser alcançado principalmente pelo combate ao desmatamento ilegal.


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Zerar o desmatamento é uma necessidade social e ecológica.
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As florestas mantêm sistemas ecológicos essenciais para a manutenção da vida. A sobrevivência cultural de muitas comunidades ribeirinhas depende da saúde de suas florestas. Também desempenham papel fundamental na preservação da biodiversidade – quase metade das espécies terrestres de fauna e flora é encontrada ali.

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Zerar o desmatamento é uma necessidade climática.

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Florestas desempenham papel vital na estabilização do clima global, armazenando grandes quantidades de carbono que, se liberadas, agravariam o aquecimento global. Estima-se que entre 80-120 bilhões de toneladas de carbono estejam estocados na Amazônia. Se destruída, a floresta liberaria o equivalente a 50 vezes as emissões anuais de GEE dos Estados Unidos.
O Brasil não está sozinho quando se trata do desmatamento da Amazônia. E também não pode ser o único responsável por resolver o problema. Já que o comércio global de commodities agrícolas e produtos pecuários resulta em desmatamento, uma responsabilidade considerável pela mudança de atitude recai sobre as chamadas empresas ‘Blue Chip’ (que possuem ‘ações de primeira linha’, de maior rentabilidade), responsáveis por marcas reconhecidas internacionalmente, cujo consumo cego de matéria-prima alimenta o desmatamento.Responsabilidade adicional em desencorajar atividades que resultam em alta emissão de carbono recai sobre as instituições financeiras multilaterais, como o próprio Banco Mundial, que tem financiado, através do IFC, a expansão da Bertin na Amazônia.

O retrato devastador da destruição Amazônia delineado neste relatório é apenas uma das trágicas realidades que as florestas enfrentam todos os dias. A indústria da pecuária na região é o maior vetor de desmatamento do mundo, mas outros vetores em outras regiões do planeta também devem ser combatidos.Atualmente, empresas na Europa e nos EUA estão liberando autorizações, com permissão para uma quantia determinada de emissões, por exemplo, industriais ou de geração de energia combustível. Seguindo o princípio do poluidor-pagador, o Greenpeace propõe que empresas paguem por uma porção de suas autorizações de emissões de GEE. Os lucros gerados seriam destinados ao fundo Florestas pelo Clima, para financiar a proteção de florestas em países em desenvolvimento. Este fundo poderia fornecer incentivos econômicos para combater o desmatamento e valorizar a floresta em pé. Ele poderia recompensar países que apresentem reduções verificadas de desmatamento. O fundo teria como alvo as áreas de floresta com alto valor de conservação da biodiversidade e a preservação de modos de vida sustentáveis para as comunidades locais como forma de proteger a floresta no longo prazo. Como o fundo é aberto a todos os países com florestas, ele também está protegido contra ‘vazamento’ (o chamado leakage) – que nada mais é do que a transferência do desmatamento provocado pela indústria global de uma região de floresta para outra.Parte do acordo global para proteger o clima deve incluir o financiamento, no longo prazo, da proteção das florestas ao redor do mundo. A Convenção do Clima em Copenhague, em dezembro de 2009, é a melhor oportunidade de fixar medidas e mecanismos que incluem o financiamento do combate ao desmatamento.
Se os líderes mundiais falharem, a próxima crise poderá não ser uma desaceleração econômica temporária, mas uma catástrofe climática irreversível.



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O QUE VOCÊ PODE FAZER
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» Informe-se sobre a campanha do Greenpeace e compartilhe as informações com seus familiares e amigos.
» Pergunte sempre a origem dos produtos pecuários que você compra. Diga ao vendedor que você está preocupado com a proteção da Amazônia e não quer estar envolvido com o desmatamento da floresta.
» Encha o SAC das empresas brasileiras de pecuária e diga que você não quer consumir produtos que podem estar destruindo a floresta:

- Bertin - (14) 3533-2000
- JBS - 0800 115057
- Marfrig - (11) 4422-7200
- Independência - (11) 4447-7000

- Informe-nos sobre o que as empresas disseram:
consumidor@br.greenpeace.org
- Pressione o governo brasileiro a adotar o Desmatamento Zero.
Assine nossa petição!

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O QUE ESTÁ PUBLICADO NO SITE OFICIAL DO GREENPEACE (MUNDO) - EXCLUSIVO DIÁRIO DO VERDE - RELATÓRIO

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Abate a Amazônia
01 de Junho de 2009
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Sumário Executivo Greenpeace Internacional, Junho 2009.



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O setor de gado na Amazônia brasileira é o maior motor de desmatamento no mundo, responsável por um em cada oito hectares destruídos globalmente. Os esforços globais para deter o desmatamento tem de combater as emissões deste setor.
Zero desmatamento é um clima imperativo. As florestas desempenham um papel vital na estabilização do clima do mundo, armazenando grandes quantidades de carbono que, de outra forma, contribuem para as alterações climáticas. A Amazônia é estimado para armazenar 80-120 mil milhões de toneladas de carbono. Se destruídos, cerca de cinquenta vezes o anual das emissões de GEE E.U.A. poderia ser emitidas. Destruição da Amazônia, o mundo mais importante da capacidade de armazenamento de carbono das florestas, está a ser impulsionado pelo setor bovino. A Amazônia brasileira tem a maior média anual de desmatamento de área de qualquer parte do mundo. O setor de gado é o principal motor do desmatamento na Amazônia brasileira. De acordo com o governo brasileiro: "O gado é responsável por cerca de 80% de todos os desmatamento" na Amazônia. Nos últimos anos, em média, um hectare de floresta amazônica tem sido perdido para pecuaristas cada 18 segundos. O setor gado na Amazônia brasileira é responsável por 14% da produção mundial anual desmatamento. Isto torna a maior do mundo condutor do desmatamento, responsável por mais do que a perda florestal total desmatamento em qualquer país fora do Brasil, excepto Indonésia.

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Fonte:

http://www.greenpeace.org/international/press/reports/slaughtering-the-amazon

(traduzido exclusivamente por Diário do Verde)

Explicativo sobre Desenvolvimento Sustentável - Completo

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Você já parou para pensar no que significa a palavra "progresso"? Pois então pense: estradas, indústrias, usinas, cidades, máquinas e muitas outras coisas que ainda estão por vir e que não conseguimos nem ao menos imaginar. Algumas partes desse processo todo são muito boas, pois melhoram a qualidade de vida dos seres humanos de uma forma ou de outra, como no transporte, comunicação, saúde, etc. Mas agora pense só: será que tudo isso de bom não tem nenhum preço? Será que para ter toda essa facilidade de vida nós, humanos, não pagamos nada?
Você já ouviu alguém dizer que para tudo na vida existe um preço? Pois é, nesse caso não é diferente. O progresso, da forma como vem sendo feito, tem acabado com o ambiente ou, em outras palavras, destruído o planeta Terra e a Natureza. Um estudioso do assunto disse uma vez que é mais difícil o mundo acabar devido a uma guerra nuclear ou a uma invasão extraterrestre (ou uma outra catástrofe qualquer) do que acabar pela destruição que nós, humanos, estamos provocando em nosso planeta. Você acha que isso tudo é um exagero? Então vamos trocar algumas idéias.
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E o Desenvolvimento Sustentável?
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O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante desta constatação, surge a idéia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo.
As pessoas que trabalharam na Agenda 21 escreveram a seguinte frase: "A humanidade de hoje tem a habilidade de desenvolver-se de uma forma sustentável, entretanto é preciso garantir as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações em encontrar suas próprias necessidades". Ficou confuso com tudo isso? Então calma, vamos por partes. Essa frase toda pode ser resumida em poucas e simples palavras: desenvolver em harmonia com as limitações ecológicas do planeta, ou seja, sem destruir o ambiente, para que as gerações futuras tenham a chance de existir e viver bem, de acordo com as suas necessidades (melhoria da qualidade de vida e das condições de sobrevivência). Será que dá para fazer isso? Será que é possível conciliar tanto progresso e tecnologia com um ambiente saudável?
Acredita-se que isso tudo seja possível, e é exatamente o que propõem os estudiosos em Desenvolvimento Sustentável (DS), que pode ser definido como: "equilíbrio entre tecnologia e ambiente, relevando-se os diversos grupos sociais de uma nação e também dos diferentes países na busca da equidade e justiça social".
Para alcançarmos o DS, a proteção do ambiente tem que ser entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente; é aqui que entra uma questão sobre a qual talvez você nunca tenha pensado: qual a diferença entre crescimento e desenvolvimento? A diferença é que o crescimento não conduz automaticamente à igualdade nem à justiça sociais, pois não leva em consideração nenhum outro aspecto da qualidade de vida a não ser o acúmulo de riquezas, que se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população. O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a geração de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribuí-las, de melhorar a qualidade de vida de toda a população, levando em consideração, portanto, a qualidade ambiental do planeta.
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O DS tem seis aspectos prioritários que devem ser entendidos como metas:
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1 A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, lazer, etc);
2 A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo que elas tenham chance de viver);
3 A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal);
4 A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc);
5 A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do massacre de populações oprimidas, como por exemplo os índios);
6 A efetivação dos programas educativos.
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Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educação Ambiental é parte vital e indispensável, pois é a maneira mais direta e funcional de se atingir pelo menos uma de suas metas: a participação da população.
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Texto: Marina Ceccato Mendes
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Bibliografia Recomendada
SATO, M.; SANTOS, J. E. Agenda 21 em sinopse. São Carlos, 1996. 41 p. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de São Carlos.
CAVALCANTI, C. Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo, Cortez Editora, 1995. 429 p.
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O que é Biotecnologia


BIOTECNOLOGIA

INTRODUÇÃO
A Teoria da Evolução revolucionou o pensar da Biologia enquanto Ciência que estuda os seres vivos – sua origem, sua morfologia, fisiologia e ecologia. Charles Darwin, um naturalista por excelência, foi o pai de tal revolução, afirmando que os seres vivos teriam evoluído de um ancestral comum, herdando pequenas modificações, que se perpetuariam ou não, por seleção natural.
O mecanismo da coevolução, a natureza do desequilíbrio de ligação ou a história da diversidade das espécies pode atrair o interesse de poucas pessoas, mas o tópico da evolução humana é de interesse praticamente universal. Segundo FUTUYAMA (1992), esse é o ponto central dos ataques dos criacionistas à evolução, e/ou o tema que pode oferecer pistas ao mistério que cerca o “modelo perfeito dos animais” e a compreensão das possibilidades e limitações da natureza humana.
O homem é um produto da evolução, sendo assim, muitos dos problemas relacionados a ele podem ser entendidos apenas quando o homem é considerado como um organismo evoluído e em evolução. O conhecimento profundo dos princípios e mecanismos da evolução é, portanto, um pré-requisito para entender o homem (MAYR, 1977).
Dessa forma, o trabalho aqui apresentado visa ser um primeiro passo para o conhecimento dos princípios básicos que nortearam Charles Darwin no postulado da Teoria da Evolução. O tema justifica-se pois a evolução, um dos conceitos e descobertas fundamentais ao pensamento moderno, é ponto central para a Biologia contemporânea e para o uso da Biologia na sociedade atual.
Sem a evolução, tanto a genética como a fisiologia, perderiam a coerência; numerosas aplicações práticas da biologia seriam puramente empíricas e teriam uma fundamentação teórica fraca, se é que teriam alguma. De um ponto de vista filosófico, certamente nada pode trazer mais satisfação do que conseguir um entendimento sobre nossa origem e a dos outros seres vivos e podemos muito bem concordar com Darwin que ‘existe grandeza nesta visão da vida’, na qual ‘de um começo tão simples, incontáveis formas muito bonitas e maravilhosas, têm se desenvolvido e estão se desenvolvendo’ (FUTUYAMA, 1992, p.563).
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1.0 - CHARLES DARWIN – BREVE BIOGRAFIA
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Charles Darwin, naturalista inglês, nasceu em 12 de fevereiro de 1809, em Shrewsbury. Robert Darwin, seu pai, era Físico, filho de Erasmus Darwin, poeta, filósofo e naturalista. A mãe de Charles, Susannah Wedgood Darwin morreu quando ele contava apenas oito anos de idade.
Com dezesseis anos, Darwin deixou Sherewsbury para estudar medicina na Universidade de Edinburgh. Repelido pelas práticas cirúrgicas sem anestesia (ainda desconhecida na época), Darwin parte para a Universidade de Cambridge, com o objetivo (imposto pelo seu pai) de tornar-se clérigo da Igreja da Inglaterra.
A vida religiosa não agrada a Darwin, e em 31 de dezembro de 1831 ele aceita o convite para tornar-se membro de uma expedição científica a bordo do navio Beagle. Assim, Darwin passa cinco anos (1831 a 1836) navegando pela costa do Pacífico e pela América do sul. Durante este período, o Beagle aportou em quase todos os continentes e ilhas maiores à medida que contornava o mundo, inclusive no Brasil. Darwin fora chamado para exercer as funções de geólogo, botânico, zoologista e homem de ciência. Esta viagem foi uma preparação fundamental para a sua vida subseqüente de pesquisador e escritor. Tanto é verdade que na introdução de seu livro ele assim se refere: "as relações geológicas que existem entre a fauna extinta da América meridional, assim como certos fatos relativos à distribuição dos seres organizados que povoam este continente, impressionaram-me profundamente quando da minha viagem a bordo do Beagle, na condição de naturalista. Estes fatos (...) parecem lançar alguma luz sobre a origem das espécies (...) julguei que, acumulando pacientemente todos os dados relativos a este assunto e examinando-os sob todos os aspectos, poderia, talvez, elucidar esta questão" (p.17).
Em todo o lugar onde ia, Darwin reunia grandes coleções de rochas, plantas e animais (fósseis e vivos) enviadas à sua pátria. Imediatamente, após seu regresso à Inglaterra, Darwin iniciou um caderno de notas sobre a evolução, reunindo dados sobre a variação das espécies, dando assim os primeiros passos para a Origem das Espécies. No começo, o grande enigma era explicar o aparecimento e o desaparecimento das espécies. Assim surgiram, em sua cabeça, várias questões: por que se originavam as espécies? Por que se modificavam com o passar dos tempos, diferenciavam-se em numerosos tipos e freqüentemente desapareciam do mundo por completo?
A chave do mistério Darwin encontrou casualmente na leitura: "Ensaio sobre a População", de Malthus.
Depois disso, nasceu a famosa doutrina darwinista da seleção natural, da luta pela sobrevivência ou da sobrevivência do mais apto - pedra fundamental da Origem das Espécies.
As pesquisas feitas pelo naturalista durante a viagem abordo do Beagle é que fundamentaram sua Teoria da Evolução, servindo de base para o famoso livro Origem das Espécies, cujo título original em Inglês é On The Origin of Species By Means of Natural Selection ( Na Origem das Espécies – Sob o Conhecimento da Seleção Natural). A obra foi publicada em 1859, sob o bombardeamento das controvérsias – o que era(é) muito natural: Darwin estava(está) mudando a crença contemporânea sobre a criação da vida na Terra. No livro Origem das Espécies, Darwin defende duas teorias principais: a da evolução biológica - todas as espécies de plantas e animais que vivem hoje descendem de formas mais primitivas - e a de que esta evolução ocorre por "seleção natural". Os princípios básicos da teoria sobre a evolução de Charles Darwin, apresentados na Origem das Espécies, são quase que universalmente aceitos no mundo científico; embora existam controvérsias em torno deles.
A Origem das Espécies demonstra a atuação do princípio da seleção natural ao impedir o aumento da população. Alguns indivíduos de uma espécie são mais fortes, podem correr mais depressa, são mais inteligentes, mais imunes à doença, mais agressivos sexualmente ou mais aptos a suportar os rigores do clima do que seus companheiros. Estes sobreviverão e se reproduzirão, enquanto os mais fracos perecerão. No curso de muitos milênios, as variações levaram à criação de espécies essencialmente novas.
Após a publicação de sua obra mais famosa, Darwin continua a escrever e publicar trabalhos na área da Biologia por toda a sua vida. Ele passa a viver, com sua esposa e filhos, em Downe, um vilarejo a 50 milhas de Londres. Sofre de síndrome do pânico e mal-de-Chagas, o último adquirido durante sua viagem pela América do Sul. A morte chega em 19 de abril de 1822. Charles Darwin é sepultado na Abadia de Westminster.
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2.0 - A TEORIA DA EVOLUÇÃO
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A noção de que os seres vivos do passado eram diferentes dos atuais e que eles mudaram com o tempo ocorreu a muitos naturalistas dos séculos XVIII e XIX. Muitos deles trabalharam no sentido de elaborar uma teoria coerente para explicar a evolução. Mas foi Darwin quem acumulou uma quantidade tão grande de evidências que tornou inevitável a aceitação da teoria evolucionista. Além disso, sua obra é completamente original ao desenvolver novos conceitos, como os de adaptação, luta pela vida e divergência de caracteres.
Entre outros exemplos de ação da seleção artificial, Darwin toma o das raças inglesas de aves de capoeira e conclui que descendem de uma espécie selvagem indica, o Gallus bankiva. Do mesmo modo, mostra o cientista inglês que a multiplicação de raças de pombos domésticos provém, por seleção artificial, do Pombo torcaz, Columbia livia, compreendendo com este termo muitas espécies geográficas que só diferem umas das outras em aspectos insignificantes.
Darwin admite o fato de que "determinadas variações úteis ao homem são, provavelmente, produzidas sucedânea e gradualmente por outras"(p.39). Cita ele até certas variações, que nós chamamos hoje mutações, como o Cardo Penteador, o Cão Tournebroche ou o Carneiro Ancon que "surgiram de maneira súbita". Mas ele não se detém em tais tipos de variações bruscas de grande amplitude. Efetivamente, Darwin mostra que a chave da origem de todas as raças atuais se encontra no poder de seleção e de acumulação que o homem exerce nas variações sucessivas fornecidas pela natureza. Considera ele que, desde os tempos mais remotos, funcionou uma "seleção inconsciente", quando o homem escolhia espontaneamente as plantas e os animais que lhe eram mais úteis, durante um grande número de gerações sucessivas. Considerando as circunstâncias favoráveis à seleção pelo homem, Darwin assinala a importância do número de indivíduos que se criam, pois "como as variações manifestamente úteis ou agradáveis ao homem se produzem apenas casualmente, tem-se tanto mais desejo em produzi-las quanto maior é o número de indivíduos que se criam" (p.46). Se substituíssemos variações pela palavra mutações, esta última asserção de Darwin ainda seria válida hoje. Essa variabilidade - mal definida na ausência da genética - pode-se substituir, sem dificuldades, por variações hereditárias do patrimônio genético - mutações.
Darwin considera temerário afirmar, como fazem alguns autores, que os animais domésticos teriam atingido o limite da variação, isto é, que não são suscetíveis de se transformar. A atualidade mostra que ele tinha razão.
Por analogia com a seleção artificial, Darwin concebeu o que continua sendo o núcleo válido de sua teoria, a seleção natural. Assim surgem algumas perguntas: o princípio da seleção, que se apresenta tão poderoso entre as mãos do homem, aplica-se ao estado selvagem? Quais podem ser as causas que resultam no mecanismo da seleção natural? A essas questões, Darwin responde tomando como ponto de partida a rapidez com que os seres organizados tendem a multiplicar-se.
Darwin chega à conclusão de que a luta pela existência leva, na natureza, à seleção natural. Este combate pela vida é, segundo o evolucionista inglês, a conseqüência necessária e "inevitável" do princípio do aumento geométrico que rege o crescimento dos seres vivos e constitui a aplicação aos reinos animal e vegetal da doutrina de Malthus. O princípio básico enunciado por Malthus é que a população aumenta muito mais depressa que os alimentos. Diz ele: "a população, quando não limitada, cresce numa proporção geométrica. A subsistência aumenta apenas em proporção aritmética. Mesmo um conhecimento superficial de matemática mostrará a imensa superioridade da primeira força com relação à segunda. Nos reinos animal e vegetal, a natureza espalhou as sementes da vida com profusão e liberalidade. Foi, porém mais econômica no espaço e no alimento necessário para cultivá-las". A seqüência lógica do raciocínio de Malthus é que deve haver obstáculos constantes ao crescimento da população. O mais drástico de todos é a escassez de alimentos. Outros serão as atividades insalubres, o trabalho excessivo, a pobreza extrema, as doenças, o mau tratamento das crianças, as cidades grandes, as epidemias, a fome, os vícios, aos quais Malthus acrescentou mais tarde a 'repressão moral’(in: DOWNS, R.B. p.145).
Logo de início Darwin sublinha a dificuldade de ter sempre presente no espírito a luta universal pela sobrevivência como um efeito de uma superpopulação em relação à insuficiência dos meios de subsistência: "Contemplamos a natureza exuberante de beleza e de prosperidade e notamos, muitas vezes, uma superabundância de alimentação; mas não vemos, ou esquecemos, que as aves, que cantam empoleiradas descuidosas num ramo, nutrem-se principalmente de insetos ou de grãos, e que fazendo isto, destróem seguidamente seres vivos; esquecemos que as aves carnívoras e os animais de presa estão à espreita para destruir quantidades consideráveis destes alegres cantores, destruindo-lhes ovos ou devorando-lhes os
filhos; não nos lembramos sempre de que, se há superabundância de alimentação em certas épocas, o mesmo não se dá em todas as estações do ano" (p.69).
O autor de Origem das espécies mostra que até a espécie humana, cuja reprodução é lenta, pode dobrar em vinte e cinco anos, e, consequentemente, "em menos de mil anos, não haveria espaço suficiente no globo onde se conservasse de pé"(p.70). O elefante - que, entre os animais mais conhecidos, é o que se reproduz mais lentamente (reproduz-se dos 30 até os 90 anos) - chegaria, segundo o cálculo de Darwin, depois de cerca de 750 anos, a 19 milhões de indivíduos, partindo do primeiro casal. Evidentemente, nesses cálculos não são contabilizados os obstáculos que se opõem à tendência natural para a multiplicação.
"As causas que se opõem à tendência natural para a multiplicação de cada espécie são bastante obscuras"(p.72). Considerando que complexas e inesperadas são as relações recíprocas dos seres organizados que lutam na mesma região Darwin cita como principais barreiras à multiplicação: a quantidade de alimentos, o clima e a facilidade com que os indivíduos se tornam presas de outros animais. Além disso, característica de fundamental importância é a capacidade de reprodução.
Sabe-se que Darwin constatou o papel essencial da seleção natural na evolução das espécies. Neste sentido, ele questiona: quando vemos que variações úteis ao homem ocorreram, incontestavelmente, seria tão improvável que outras variações proveitosas, sob qualquer aspecto, para os seres organizados, em seu grande e incessante combate pela vida, tenham às vezes surgido no decorrer de milhares de gerações? Se semelhantes variações são possíveis - importante lembrar que o número de indivíduos que nascem é infinitamente maior do número dos que sobrevivem - deveríamos duvidar de que aqueles que têm alguma vantagem, por pequena que seja, sobre outros, não tenham mais chances de viver e propagar seu tipo? Por outro lado, qualquer variação nociva, em qualquer grau, pode acarretar a extinção do indivíduo. É a essa conservação de variações individuais favoráveis e à destruição das que são nocivas que aplicou o conceito de seleção natural ou de persistência do mais capaz.
Darwin coloca que muitos escritores têm compreendido mal e criticado a expressão seleção natural. Mas acredita que, depois de algum tempo, esses termos, a princípio novos, tornar-se-ão familiares, e as críticas "inúteis" serão esquecidas.
A seleção natural é gerada na "luta pela sobrevivência", mas Darwin logo adverte que emprega essa expressão no sentido metafórico mais amplo, compreendendo as relações de dependência que existem entre um ser e outro e, o que é mais importante, não apenas a vida do indivíduo, mas também a sua aptidão e bom êxito no que se refere a descendentes. Destaca que dois animais carnívoros, em tempos de fome, estão realmente em luta recíproca, para decidir qual deles obterá o alimento que o fará sobreviver. Mas uma planta situada às margens de um deserto luta pela vida contra a seca, ainda que fosse mais exato dizer que sua existência depende de umidade.
Diante disso, pode-se dizer que a luta pela existência, compreendida no sentido metafórico do termo, produz relações muito imbricadas entre as diferentes espécies na escala da natureza. Assim, Darwin constata que, na Inglaterra, a presença de mamangabas é indispensável à fecundação do trevo vermelho, pois só elas são capazes de perfurar a corola da flor, quando procuram o néctar. Mas o número desses insetos varia em função do número de ratazanas que destróem seus ninhos. Enfim, o número da população das ratazanas depende do número de gatos. Assim, é perfeitamente possível, observa Darwin, que a abundância do elemento felino em um local qualquer pode determinar através das ratazanas e das mamangabas a freqüência de certas plantas. Essas relações ecológicas complexas entre as espécies levam a uma seleção natural que, certamente, pode explicar as "coadaptações" algumas vezes muito complicadas.
Ainda, quanto à seleção natural, Darwin acredita que ela é responsável pela divergência dos caracteres, partindo de um ancestral comum e também pela extinção de certas cepas. A divergência dos caracteres é uma aquisição positiva na luta pela existência: "um grupo de animais, cujos organismos apresentam poucas diferenças, dificilmente pode lutar com um grupo cujas diferenças sejam mais pronunciadas" (p.112). Assim, continua o pesquisador inglês, pode-se duvidar, por exemplo, de que os marsupiais australianos, repartidos em grupos pouco diferentes uns dos outros e que representam vagamente (...) nossos mamíferos, carnívoros, ruminantes e roedores, pudessem um dia lutar com sucesso contra essas ordens tão fortemente caracterizadas. Cita como exemplo que "entre os mamíferos australianos podemos observar a diferença das espécies num estado incompleto de desenvolvimento" (p.112).
Segundo Darwin, a ação da seleção natural pode explicar o processo de progresso gradual: "A seleção natural atua exclusivamente no meio da conservação e acumulação das variações que são úteis a cada indivíduo nas condições orgânicas em que pode encontrar-se situado em todos os períodos da vida. Cada ser, e é este o ponto final do progresso, tende a aprimorar-se cada vez mais em relação a estas condições. Este aperfeiçoamento conduz inevitavelmente ao progresso gradual da organização de maior número de seres vivos em todo o mundo" (p.119). No entanto, Darwin reconhece a dificuldade que se tem ao definir o progresso da organização: "referimo-nos aqui a um assunto muito complexo, porque os naturalistas ainda não definiram, de forma satisfatória para todos, o que deve compreender por um 'progresso de organização' " (p.119). Para os vertebrados, trata-se, evidentemente, de um progresso intelectual e de uma conformação que se aproxime da do homem."
Darwin está perfeitamente consciente do papel do fator tempo na ação da seleção natural, cuja eficácia é enfatizada pelo grande naturalista: "por mais lenta que seja a marcha da seleção, já que o homem pode, com seus fracos meios, fazer muito por seleção artificial, não vejo nenhum limite para a extensão das mudanças, para a beleza e para a infinita complicação das coadaptações entre todos os seres organizados, tanto uns com os outros, quanto com as condições físicas nas quais eles se encontram, mudanças que podem, no decorrer do tempo, ser efetuadas pela seleção natural, ou a sobrevivência dos mais aptos." O papel predominante da seleção natural na concepção de Darwin é, por ele mesmo, posto em evidência.
Darwin evidencia o combate no interior de uma espécie e entre as diferentes espécies biológicas - intra e interespecífico -, em um habitat comum, como a base biológica de seleção natural. Assinala também que a luta pela existência é mais severa entre os indivíduos e as variedades da mesma espécie. Diz ele que a luta é muito mais intensa entre os indivíduos pertencentes à mesma espécie, os quais com efeito, freqüentam as mesmas regiões, procuram o mesmo alimento, e vêem-se expostos aos mesmos perigos. Darwin exemplifica dizendo que se semearmos juntas diversas variedades de trigo, e se mais tarde semearmos novamente os seus grãos misturados, as variedades às quais o solo e o clima serão mais convenientes, ou que são por natureza mais férteis prevalecerão contra as outras, fornecendo assim mais grãos, não tardando em suplantá-las completamente. Para conseguir conservar uma coleção de variedades muito vizinhas, como por exemplo, da ervilha-de-cheiro, é preciso, a cada ano, colhê-las separadamente, depois misturar suas sementes nas proporções desejadas. Pois, de outro modo, as variedades mais fracas diminuem e acabam por extinguir-se. Para provar que a concorrência recíproca será muito mais rigorosa entre as espécies de um mesmo gênero que entre as espécies de gêneros diferentes, Darwin cita, entre muitos exemplos, que nos Estados Unidos uma espécie de andorinha causou a extinção de uma outra congênere.
Esse combate intra-específico, na concepção de Darwin, não leva, de modo algum, à destruição da espécie, mas, ao contrário, leva um grupo formado pelos indivíduos mais aptos a sobreviver, conseqüentemente mais bem adaptados às suas condições de existência. No que se refere ao combate inter-específico, pode ele conduzir à eliminação de certas espécies ou variedades por outras mais bem armadas, mas em muitos casos, esse tipo de luta pela existência pode produzir um reforço recíproco das espécies em concorrência, pela sobrevivência dos indivíduos mais resistentes.
Além disso, a luta pela existência - inter ou intra-específica - explica as coadaptações muito diversas que existem na natureza: "a conformação de cada ser organizado está em relação, nos pontos mais importantes e algumas vezes mais ocultos, com a de todos os seres organizados com os quais se acha em concorrência para a sua alimentação e habitação, e com a de todos aqueles que lhe servem de presa ou contra os quais tem de defender-se"(p.79/80). Essa asserção é ilustrada pela conformação das garras e das presas do tigre e a das patas e dentes do parasita que se agarra aos pêlos de seu corpo. Não se limitando ao mundo animal, tais adaptações específicas se encontram também no reino vegetal. Assim, as sementes providas de um feixe de pêlos podem ser transportadas a distância e cair num terreno não ocupado por outras espécies; até a reserva de alimento que se acumula nas sementes de vegetais favorece espécies muito ricas em tais acúmulos, como por exemplo, as ervilhas e as favas quando se encontram disseminadas entre as plantas selvagens. Darwin observa ainda: "A substância nutritiva depositada nas sementes de muitas destas plantas parece, de início, não apresentar espécie alguma de conexão com outras plantas. Contudo, o crescimento vigoroso das novas plantas provindo destas sementes (...) parece indicar que a principal vantagem desta substância é favorecer o crescimento da sementeira na luta que sustenta com as outras plantas que crescem em volta de si" (p.80).
Recapitulando sua concepção da luta pela existência, Darwin conclui com otimismo que devemos "lembrar-nos a todo instante que os seres organizados se empenham incessantemente por se multiplicar seguindo uma progressão geométrica; cada indivíduo, em algumas fases da vida, durante determinadas estações do ano, no decurso de cada geração ou em certos intervalos, deve lutar pela sobrevivência e permanecer exposto à destruição. O simples fato de pensar nesta luta universal provoca tristes reflexões; todavia, podemos consolar-nos com a certeza de que a luta não é incessante na natureza, que o medo é desconhecido, que a morte está geralmente pronta, e que os seres vigorosos, sadios e afortunados sobreviverão e se multiplicarão" (p.81).
Outro tipo de seleção que Darwin evidencia é a chamada seleção sexual. Esta, é ainda considerada com reserva no mundo científico. Sabe-se que não se trata de uma luta pela existência, no sentido estrito da palavra, mas de um combate pelo prolongamento da existência individual na descendência. O pesquisador assim coloca: esta espécie de seleção não depende da luta pela sobrevivência com outros seres organizados, ou com as condições ambiente, mas a luta entre os indivíduos de um mesmo sexo, ordinariamente machos, para assegurar a posse do sexo oposto. Esta luta não cessa com a morte do vencido, mas pela falta ou pela pequena quantidade de descendentes"(p.90/91). Acrescenta ainda: "A seleção sexual, é pois, menos rigorosa que a seleção natural" (p.91).
Sabe-se que os machos diferem das fêmeas de sua espécie pelos caracteres sexuais primários - órgãos de reprodução -, mas também por caracteres sexuais secundários como por exemplo, a cauda do pavão. É a seleção sexual a responsável, segundo Darwin, por esses atributos que servem para combater e repelir os rivais, impedindo-os assim de fecundar as fêmeas, enquanto os ornamentos, as cores, os odores, etc., têm a função de atraí-las. O pesquisador inglês considera que se deve atribuir tais caracteres à ação à seleção sexual e não à seleção ordinária, pois os machos desprovidos de tais atributos secundários poderiam afrontar a luta pela existência e engendrar uma numerosa descendência, se não encontrassem machos mais bem dotados em armas ou em atrativos; a prova disso é que as fêmeas que não possuem tais meios suplementares podem muito bem sobreviver e reproduzir a espécie. Darwin estabelece uma analogia entre a seleção sexual e a artificial: da mesma maneira que o brutal criador de galos de briga pode aprimorar a raça pela escolha rigorosa dos seus mais belos exemplares, assim também os machos mais vigorosos, isto é, os que são mais capazes a ocupar o seu lugar na natureza, deixam um número maior de descendentes.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Como disse Darwin, no mundo inteiro, a seleção natural procura, a cada dia, a cada hora, as mais leves variações; rejeita as que não servem, preservando e acrescentando as que servem. É desta forma que a teoria da evolução contínua é apresentada na Origem das Espécies.
A específica contribuição que Darwin trouxe às investigações evolucionistas é o princípio da seleção natural. A evolução progride em perfeição cada vez maior, porque os organismos são selecionados. Quem faz essa seleção é a própria natureza; seleção muito mais profunda que a seleção artificial. Para explicar a modalidade em que essa seleção acontece, Darwin se reporta a Thomas Malthus, cujas teorias em torno do crescimento populacional preconizavam, no futuro, uma luta pela sobrevivência. Para o pesquisador, a luta pela vida, oriunda da falta de alimentos e condições de vida adversas, sempre existiu, e nesta luta sobreviveram sempre os organismos mais fortes, mais rijos, ocasionando uma seleção constante. Tal seleção é auxiliada por uma seleção sexual, pois os acasalamentos se dão entre espécimes mais fortes; pelas mudanças ambientais, pois estas sempre acontecem em benefício das espécies; pela hereditariedade, pois os filhos recebem, na geração, os caracteres dos pais.
Pode-se dizer que a influência de Darwin em quase todos os ramos importantes do conhecimento foi e continua a ser profunda.
Basicamente, Darwin apresentou um mecanismo aceitável para explicar como as espécies se modificam. Ele documentou que os organismos se modificam contínua, lenta e gradualmente, de modo a, sem saltos, originar novos tipos de seres vivos ao longo de uma série de etapas intermediárias de seres em transformação; admitiu que estas mudanças permitem aos organismos adaptarem-se ao meio onde vivem e que elas são promovidas pela seleção natural - um mecanismo que favorece determinados indivíduos a deixar mais descendentes do que outros.
Cabe ressaltar que também em relação à evolução, Darwin foi pioneiro ao transpor a análise individual dos organismos - feita pela biologia clássica - para os estudos modernos que envolvem populações inteiras de plantas e animais.
Para sintetizar, Darwin é, com toda justiça, considerado um dos mais criteriosos e competentes observadores da natureza. Demonstrou que a adaptação ao ambiente decorre da ação da seleção natural e foi o seguidor e cloncluinte de uma teoria científica que, antes dele, vinha germinando ou que, pelo menos, já tinha sido prognosticada filosoficamente.
Alguns evolucionistas pós-darwinianos tenderam a propagar uma idéia empobrecida, ingenuamente feroz, da seleção natural, a idéia da pura e simples "luta pela vida", expressão que inclusive não é de Darwin, mas de Spencer. Os neodarwinianos do começo deste século propuseram, ao contrário, uma concepção muito mais rica, importante e mostraram, baseados em teorias quantitativas, que o fator decisivo da seleção não é a "luta pela vida", mas no interior de uma espécie, a taxa diferencial de reprodução.
Para finalizar, Darwin não nega que alguns se opõem à teoria da descendência - modificada pela variação e pela seleção natural - com numerosas e sérias contestações. Porém, o pesquisador considera a objeção levantada por sir William Thompson como uma das mais sérias. Dizia ele que o intervalo decorrido desde o surgimento da Terra teria sido insuficiente para permitir a soma das alterações orgânicas que se admite. Darwin responde a isso dizendo, em primeiro lugar, que não há como precisar (avaliada em anos) a rapidez das modificações das espécies e, depois, que muitos cientistas até admitem o insuficiente conhecimento da constituição do universo e do interior do Planeta para saber de forma precisa sua idade.
Darwin acrescenta ainda que se forem considerados períodos longos, a geologia prova que todas as espécies se transformaram e se transformam de acordo com sua teoria - lenta e progressivamente.
Interessante colocar que Darwin, quanto às objeções mais sérias, julga-se ignorante para avaliá-las. No entanto, elas não são suficientes para contestar os fatos e considerações que profundamente o convenceram de que, durante uma longa série de gerações, as espécies se modificaram. Acrescenta ainda, que essas modificações efetuaram-se principalmente pela seleção natural de numerosas variações pequenas, mas vantajosas.
Com relação à afirmação de que o pesquisador atribui as modificações da espécies exclusivamente à seleção natural, Darwin assim defende-se dizendo que sempre deixou clara sua posição, escrevendo no final da introdução da primeira edição dessa obra o seguinte: "Estou convencido de que a seleção natural tem sido o agente principal das modificações, mas jamais o foi exclusivamente só"(p.450).
Além disso, contestaram a teoria da seleção natural criticando o método de raciocínio. Darwin responde dizendo: "os maiores sábios não deixaram de o seguir" (p.451).
Conclui-se o presente trabalho com a correta colocação de Darwin: "Quando as opiniões que expus nesta obra, opiniões que Mr. Wallace afirmou também do jornal da Sociedade Lineana, e quando opiniões semelhantes sobre a origem das espécies forem geralmente aceitas pelos naturalistas, podemos prever que se produzirá na história natural uma importante revolução”.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Autores:
Paulo Ricardo da Silva, Rafael Régis Zamboni e Ana Flávia Marques

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