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Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio - 16/09

Imagem da NASA, que realça a região da Antártida, onde se encontra o "Buraco na Camada de Ozônio". Fotografia do dia 12/09/10.

Dia 16, foi escolhido pela ONU para homenagear o sucesso do Protocolo de Montreal e ao mesmo tempo, lembrar-nos da importância da Camada de Ozônio, uma película protetora, que salvaguarda todos os seres viventes. Mas você sabe o que ela é, e o seu poder de ação no planeta? Aprenda agora:

A CAMADA DE OZÔNIO

QUAL O PAPEL DO OZÔNIO?
A vida na Terra não depende somente de oxigênio e água, mas também de outras substâncias presentes em pequena quantidade na atmosfera. É o caso do ozônio (O3), cuja molécula é composta de três átomos de oxigênio. É um gás azulado e de odor penetrante.
O ozônio pode ser encontrado na troposfera, a camada da atmosfera em que vivemos, ou na estratosfera, zona acima da primeira e que se estende, em média, entre 12 e 50 quilômetros de altitude.
O ozônio presente na troposfera é danoso à saúde: mesmo em baixa concentração, pode provocar problemas respiratórios. A combustão industrial e dos veículos produz poluentes como os óxidos de nitrogênio que podem, através de reações fotoquímicas, gerar ozônio. Nessa altitude, ele contribui para o aquecimento global, juntamente com outros gases estufa.
O ozônio da estratosfera atua como um grande guarda-chuva, protegendo a Terra da incidência direta de grande partes dos raios ultravioleta provenientes do sol. Sem a camada de ozônio, o ultravioleta atingiria a superfície da Terra e causaria sérios problemas à saúde do homem, como câncer de pele e doenças oculares. Os ecossistemas seriam também abalados devido à alteração na cadeia alimentar, uma vez que alguma espécies de plantas e animais são mais sensíveis à radiação ultravioleta. É o caso de certas algas marinhas, importantes como produtoras de oxigênio e como consumidoras de CO2. O ozônio encontra-se presente em toda atmosfera. Cerca de 90%, contudo, está concentrado na estratosfera, numa camada de aproximadamente 20 quilômetros de espessura, distante cerca de 25 quilômetros da Terra. Nesta camada, o ozônio protege a Terra dos efeitos nocivos de parte da radiação ultravioleta, que podem ser: queimaduras, cataratas e até mesmo câncer de pele.

QUAL É O "BURACO" NA CAMADA DE OZÔNIO?
Modelos elaborados para computador têm mostrado uma redução ("buraco") nas faixas de ozônio sobre a Antártida, ocorrida entre 1965 e 1985. Valores medidos em terra e por satélite indicaram uma redução de até 50% em alguns pontos da camada, em 1985. Tais reduções ocorrem atualmente na primavera, devido às condições meteorológicas da Antártida nesta época do ano.
Mensurações realizadas no Ártico mostram que, ao contrário do Pólo Sul, as condições meteorológicas do Norte impedem que ali ocorra o mesmo fenômeno. As temperaturas da estratosfera são mais altas e o número de nuvens formadas é menor que na Antártida. Esses são importantes fatores que regulam a destruição do ozônio.
A camada de ozônio está em equilíbrio dinâmico, ou seja, é produzida e destruída constantemente, renovando-se sempre, como parte de um ciclo natural. Em 1974, porém, cientistas descobriram que uma substância sintética chamada clorofluorcarbono (CFC) estava vagarosamente subindo até a estratosfera e literalmente "comendo" o ozônio.

QUAIS OS GASES QUE NOS AMEAÇAM?
Nem todos os poluentes sobem à estratosfera. Muitos deles sofrem combinações químicas na camada inferior e só os mais estáveis podem eventualmente subir. São as moléculas, relativamente insolúveis, de metano, óxidos de nitrogênio, metilclorofórmio, tetracloreto de carbono, halons e o CFC. Os cientistas acreditam hoje que os principais responsáveis pela formação do buraco são os compostos de cloro e bromo, de produção industrial (CFC e halons). O cloro natural, liberado pelas erupções vulcânicas e pelo mar, desempenha papel muito limitado na destruição do ozônio.
O clorofluorcarbono (CFC), que não existe naturalmente, apresenta baixa toxicidade, não é inflamável e é bastante estável, isto é, não se decompõe facilmente. Por esta razão, é largamente empregado na indústria, como propelente de aerossóis, em refrigeração e como agente expansor na fabricação de espumas. É também usado como solvente na indústria eletrônica e como esterilizante de equipamentos médicos, seringas etc.

O QUE SE FEZ PARA DIMINUIR O USO DE CFC?
As primeiras informações que alertavam para o perigo do CFC circularam em meados da década de 70. Naquela época, a liberação daquela substância na atmosfera era da ordem de 800 mil toneladas anuais. Estimava-se que isso provocava a dispersão de 500 mil toneladas de cloro na estratosfera, com capacidade de destruir 20 a 40% da camada de ozônio em menos de meio século.
Receosos de que isso ocorresse, embora ainda não houvesse evidência concreta, os Estados Unidos proibiram, em 1978, o CFC dos aerossóis, passo assumido também pelo Canadá e países escandinavos. As emissões de CFC na atmosfera não diminuíram sensivelmente, pois naquela época o uso industrial do CFC já estava bastante diversificado.
Em setembro de 1987, 46 países assinaram o Protocolo de Montreal, pelo qual se comprometiam a reduzir pela metade a fabricação do clorofluorcarbono até 1988. O Brasil, em junho de 1990, entrou para o grupo de países (cerca de sessenta no final de 90) signatários do protocolo, que entrou em vigor em janeiro de 1989. Essas importantes medidas, infelizmente tardias, são, contudo, incapazes de deter o processo. Como o CFC demora várias décadas para chegar à estratosfera, mesmo que essa substância não fosse mais utilizada na indústria, a quantidade que atualmente já se encontra a caminho seria capaz de duplicar a quantidade de cloro lá existente.
Alguns cientistas consideraram irrisória uma diminuição de 50% e propuseram uma redução de 100% na produção e no uso de substâncias que destroem a camada de ozônio, incluindo também o metilclorofórmio e o tetracloreto de carbono. Em junho de 1990, em Londres, foi aprovado o banimento do CFC, dos halons e do tetracloreto de carbono até o ano 2000, e do metilclorofórmio até 2005. Para que isso se tornasse possível, foi liberado o uso de HCFC até 2040. O HCFC (hidroclorofluorcarbono) é um tipo de CFC com hidrogênio, com menor poder para destruir o ozônio.
Os países em desenvolvimento, como o Brasil, tiveram o prazo de dez anos para começar a cumprir as medidades de controle, no sentido de acomodar o mercado e reaparelhar a indústria.

O QUE VOCÊ PODE FAZER

  • Opte por consumir produtos que não sejam embalados em espuma de poliestireno. Algumas embalagens de sanduíches e ovos, por exemplo, têm o gás aprisionado durante sua fabricação. Ele pode ser liberado com a quebra da embalagem.
  • Acompanhe os movimentos contra o uso do CFC.
  • Faça como europeus e americanos: aprenda a detectar as empresas que não se preocupam com o ambiente e boicote seus produtos. Comente com seus amigos, iniciem uma ação conjunta. A diminuição do consumo alertará os fabricantes. Exija que o governo federal ponha em prática as medidas do acordo internacional de Montreal e destine verbas para o desenvolvimento de tecnologias alternativas que não empreguem os destruidores de ozônio.


Fonte: Como Defender a Ecologia - Guias Práticos Nova Cultural. Ano de 1991. [Adaptado]

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