Dia 8: Moda e Ecologia | Diário do Verde - Meio Ambiente em 1º lugar

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Dia 8: Moda e Ecologia

Moda Ecológica

Dos estúdios de Hollywood, nos Estados Unidos, à "Fashion Weeks" ao redor do globo, uma presença é marcante: o verde em todos os níveis de beleza. Vestidos, bolsas, acessórios: são infinitos os produtos e objetos, em lojas do Brasil e do Mundo, clamados como ecológicos. Tem para todos os gostos, e para todos os bolsos: de diferentes tamanhos e modelos. A pergunta que fica é: como é que um delírio do consumismo excessivo e impensado da sociedade moderna, aparentemente insustentável e sem controle, pode ser intitulado como ambientalmente correto e consciente? Dá para acreditar na "moda", historicamente aviltada e desprezível à condição dos recursos naturais e sociais? O que há de predicado e lorota no meio da moda? É o que está prestes a descobrir.

"Louvam-se ou criticam-se muitas coisas porque está na moda. Louvá-las ou criticá-las?" [François La Rochefoucauld]

15 dias para "ser" verde - PARTE 8

O meio ambiente e a ecologia, hoje em dia, são conhecimentos imprescindíveis, uma tendência positiva que cresce cada vez mais, mundialmente e nacionalmente. No intento de ajudar você a distinguir o "certo" e o "errado", ensinar significados decorosos e enriquecer a sua inteligência, o Diário do Verde iniciou dia 22/10 a série 15 dias para "ser" verde. Mais que falar, se faz necessário ouvir. Aprenda com provas e exemplos, o que a natureza erudita tem a exprimir-nos.

ÍNDICE:

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A moda é fascinante: nunca é constante, sempre diferente. Vem do latim modus, significa "modo" ou "maneira", acompanhando a sociedade e seus costumes, utilizada rotineiramente como uma via de expressão e identificação. Originalidade e inovação é sua marca registrada. Tanta mudança repentina, de uma hora para outra, meio que sem mais nem menos, é de causar-se espanto a muita gente. O problema, como sempre digo, é a moderação: tudo é bom, desde que não seja levado ao pé da letra (sem extremos).
Sua presença é marcante, e deixa rastro por onde passa: de um povo, uma época, uma atitude. É difícil de lidar, mas não é indomável. Apesar das muitas desconfianças, digo-lhes que dá para acreditar na moda dos dias atuais: está inegavelmente mais verde e ética. Mas longe de ser considerada totalmente ecológica. O bom desta nova proposta é que, suas ações disparam reações em cadeia, que vem sendo positivas à natureza. A questão é: até quando a maré vai durar...

O VERDE ESTÁ NA MODA

A ideia de moda sustentável vem surtindo efeitos consideráveis no que diz à difusão das convicções eco-legais, rapidamente e para um grande público. Porém, uma gigantesca coisa que todos nós nos esquecemos, é que o verde dá dinheiro! E se dá lucro, o que não falta é gente querendo sair ganhando em cima. Discriminar características e suas reais intenções, é imprescindível para quem está disposto estar na "moda" com o "verde". Analisemos:

PREDICADOS
- A moda tem um grande poder de persuasão, e pode ajudar a atrair pessoas para o movimento ambientalista, bem como espantá-las: pressão e excesso de informação.
- Nos últimos anos, o processo de produção, consumo e derivados, tem sido mais centrado na preservação do meio em que vivemos.

DEFEITOS
- A moda é muitas vezes exagerada, sendo excessiva e descartável. Explora a ingenuidade das pessoas, com propagandas e anúncios com promessas, na maioria das vezes, vagas.
- Esconde informações que diz respeito ao público, ou no mínimo, confunde a interpretação de reais significados.
- Mesmo que com avanços, ainda é notório o uso e apreciação de roupas feitas com pele de animal e elementos tóxicos.
- Os fabricantes e marcas não preocupam-se com a destinação do produto final, encarregando ao consumidor a responsabilidade do descarte do material, sem nenhuma ou com informações insuficientes.

O QUE É O QUE É

Um site* especializado em moda da Cidade de Nova York, uma das capitais da moda, traz dados interessantíssimas a respeito do "eco-fashion", desde a produção e consumo, e que merecem a sua atenção:

Produção

1 – O processo de fabricação de apenas uma calça jeans consome a mesma quantidade de água que uma pessoa precisa para viver durante um ano.
2 – A produção de algodão é uma das que exige maior uso de produtos químicos no mundo. Ela ocupa menos de 2,5% da área cultivada do planeta e consome 11% dos defensivos agrícolas consumidos na agricultura.
3 – Cerca de 8 mil tipos de produtos químicos são usados para transformar matéria-prima bruta em tecidos. Muitos desses produtos provocam danos irreversíveis na humanidade e no meio ambiente.
4 – A produção de couro para roupas, bolsas e sapatos está entre as que mais poluem o meio ambiente. Isso porque, para amaciar o couro, são usadas toneladas e mais toneladas de sal, entre outros produtos. Esse sal é dissolvido em água, que vai parar no solo. Anos e anos de produção provocam o acúmulo de água salgada em regiões onde o sal não é parte do ecossistema.
5 – Foi na década de 1960 que a indústria da moda deu os primeiros sinais de que começava a se preocupar com o meio ambiente e que precisava mudar seu modo de produção.
6 – A indústria da moda emprega mais de 30 milhões de pessoas no mundo inteiro, e a maioria delas não recebe dinheiro suficiente para sobreviver. Alguém aí falou China?
7 – Mais de 11 milhões de toneladas de poliéster (isso mesmo, dá 11 bilhões de quilos) são fabricados por ano. O processo de produção deste tecido demanda um consumo de água muito pequeno, mas, por outro lado, exige uma grande quantidade de energia. As fibras do poliester não são biodegradáveis, mas ele é reciclável.

Consumo

8 – Quase 100% dos tecidos existentes são recicláveis, e a indústria que faz essa reciclagem é capaz de reaproveitar mais de 90% das roupas descartadas. Isso é feito sem gerar subprodutos nocivos ao meio ambiente.
9 – O simples uso de uma camiseta básica pode despejar na atmosfera 4 kg de dióxido de carbono durante toda a vida útil da roupa. Isso acontece se ela for sempre lavada a uma temperatura de 60º C, for seca em secadora e passada a ferro. No Brasil, não temos o hábito de usar secadora, mas essa maquininha destruidora de roupas é hábito em vários países, inclusive nos EUA.
10 – A alta-costura é considerada uma indústria eco-friendly porque o processo de produção é lento, as roupas são feitas para durar e a mão-de-obra envolvida é qualificada e respeitada. O problema está só em a pessoa que compra alta-costura querer usar mais de três vezes a mesma roupa, né?
11 – Existe um hábito entre os consumidores atuais que é comprar uma roupa na sexta-feira para usá-la no sábado e, no domingo, esquecê-la no fundo do armário. Essa observação não é minha, mas de Marcus Bergman, dono da Ecocotton Co. Ele sugeriu que esse tipo de roupa fosse feito de algum material descartável, que consumisse menos energia durante o processo de produção. A ideia é até boa, mas é muito jogar a toalha para a improvável mudança de hábito do consumidor.
12 – Especialistas em sustentabilidade calculam que uma peça de roupa é usada, em média, seis vezes para depois ser descartada.
13 – Cada norte-americano consome, por ano, 38,1 kg de tecidos, e esse “peso” só faz aumentar.

*Fashion NYC.

LUZ, CÂMERA, AÇÃO!

10 dicas para começar a pôr em prática a sustentabilidade no seu armário (mesmo que a moda o contrarie):

1. Precisa comprar? Faça um exame de consciência antes de sair as compras.
2. Reaproveite o que você tem. Uma peça de roupa pode ganhar uma nova aparência com um simples detalhe. Seja criativo!
3. Não precisa mais? Doe para o seu próprio: poupe recursos e ainda, faça um ato de caridade.
4. Dê preferências às peças de segunda mão, encontradas principalmente em brechós.
5. Troque suas roupas, quando for possível. A velharia terá uma cara nova!
6. Evite roupas ou acessórios que utilizem plumas ou marfim. Não seja cúmplice da extinção dos elefantes ou da tortura de aves.
7. Recuse qualquer tipo de peça feito com tecido/pele de animal. É cruel e repugnante.
8. Iniba qualquer ação predatória, que tenha vínculos com biopirataria ou extinção de espécies. Não apóie a indústria dos químicos e descartáveis.
9. Reaproveite os tecidos, transformando-os em novos materiais para demais préstimos.
10. Você é mais você. A sua decisão é lei, e o futuro, também.

CONCLUSÃO

Não há um único método 100% correto de dizer se aquilo ou sei lá o que outro é verde ou não. É um tanto instintivo, tudo muito relativo, mas com sabedoria e parcimônia, caminhemos à um meio termo, em favor de bons resultados e em proveito da moda e da ecologia, em especial do bem-estar da sociedade.

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